NOTA DE FALECIMENTO - LOTHARIO SCHRAMMEL (27/09/1936 – 19/08/2021) 86 anos

“Deus é meu amparo, minha fortaleza, meu consolo forte na tribulação. Ainda que se mudem os montes para o mar, ainda que a terra trema nós podemos confiar. Céus e terra poderão passar, mas Sua Palavra não passará”.

O texto acima cantado com voz firme e afinada por Lothario, ficou registrado nos ouvidos de sua família que em coro o acompanhava. Ele considerava a música sua paixão e chegou a compor canções para expressar sua fé, dentre elas “Alô Rondônia” cantada em várias comunidades do Sínodo da Amazônia – IECLB.

Lothario nasceu em 27 de setembro de 1936 e foi terceiro filho de Albino e Philipina Schrammel. Teve 6 irmãos e 4 irmãs. Na infância experimentou a migração, quando seus pais mudaram-se de Panambi para Três de Maio – RS. Teve uma vida escolar breve, mas bem sucedida. Desde jovem interessou-se pela música e ajudava seus pais na agricultura.

Em 12 de janeiro de 1957, aos 20 anos, casou-se com Iriscema Grooders, companheira fiel e mãe dedicada a 6 filhos e 4 filhas. Ambos tiravam o sustento para sua família da agricultura, cultivando a terra de forma ecológica e sustentável.

Em 1969, já com 7 filhos, migrou com sua família para Santa Helena – PR, onde nasceram mais 2 filhos e 1 filha. Ali permaneceu até 1976, onde juntamente com sua esposa e filhos organizou novas plantações e participou ativamente da igreja. Sua intensa participação nas comunidades da IECLB o levou a cargos de liderança, os quais exercia com afinco, ajudando a fundar novas comunidades naquela região.

Em função de sua ideologia e seu caráter firme e decidido discordava da destruição das florestas e forma de mecanização das lavouras que ocorria no Paraná naquela época. Ao defrontar-se com essa realidade somada a construção da Hidroelétrica Itaipu, migrou com sua família para Ariquemes – RO, sonhando com um futuro melhor.

Com o passar dos anos seus filhos e filhas se emanciparam da casa dos pais e em seguida veio o fim do casamento. Lothario passou a morar sozinho, contando com a ajuda dos filhos apenas em momentos delicados de sua saúde. Em 1913 teve que ir a Brasília para tratamento de saúde. Queria se curar e continuar sua vida independente, mas teve que ceder caindo nos braços das filhas para ser cuidado.

O cantor, compositor, tocador de sanfona e bandoneón fez sua última apresentação musical em Brasília na casa da filha Ilve, na companhia de familiares e amigos, antes de ser hospitalizado para cirurgia. Em plena recuperação sonhava em voltar para sua casa em Ariquemes- RO. Porém, em 17 de julho de 2013 um acidente vascular cerebral calou sua voz e paralisou seus dedos. O silêncio tomou conta de seu corpo e seus instrumentos musicais.

Pela graça de Deus permaneceu nos braços acolhedores das filhas e profissionais de saúde nos últimos anos de sua vida. Despede-se de 6 filhos, 4 filhas, 13 netos, 9 netas, 6 noras e 2 genros, 2 bisnetos. Parte para a Luz Infinita onde Deus é seu amparo, sua fortaleza e seu consolo forte. 19 de setembro de 2021.