A dona de casa Maria Carine Leite, 33 anos, se diz revoltada com o atraso na entrega do imóvel. Ela conta que, com a enchente do último final de semana, perdeu móveis e eletrodomésticos. A esperança, segundo ela, era conseguir se mudar imediatamente para a casa sorteada. “Perdi tudo o que eu tinha dentro de casa. Moro de aluguel e não tenho condições agora de recomeçar, esperava muito poder entrar logo na casa que fui sorteada e poder reconstruir minha vida em um lugar mais seguro”, diz dona de casa, em tom de desabafo.
O aposentado João Domingos da Silva, 75 anos, afirma que ele e a esposa têm muitos gastos com a medicação e, pagando aluguel, a situação fica ainda mais difícil. "Gastamos demais com remédios e só queríamos um lugarzinho para descansar”, diz Silva.
Morando em uma casa cedida pelo cunhado, a doméstica Aparecida Oliveira, 46 anos, diz que corre o risco de ficar sem ter onde morar. “Meu cunhado está vendendo a casa e preciso me mudar logo, se não vou ficar na rua e não tenho como pagar aluguel”, diz.
Ao todo são 417 casas construídas com recursos do governo federal e do estado. A gerente regional do Seas Maria José Dotto, justifica que prazo estendido até junho será utilizado para a vistoria das moradias e para as famílias providenciarem a documentação. “Após o sorteio dos endereços, todas as casas passaram por vistorias para saber se estão de acordo com as normas e depois os sorteados terão que dar entrada na documentação. Tudo isso demora em média dois meses”, conclui.